29.10.07

Estou assim, digamos... estranha.

Landscape with Pollard Willows, de Vincent van Gogh


"If my pillow could talk
Imagine what it would have said..."
(Cry Me a River, de Ella Fitzgerald)

Aqui estou, em casa (em casa, viram? Fato raro...), nesta noite, digamos, estranha, escutando Ella derramar Cry Me a River como um rio nos meus ouvidos... Isso depois de ter ouvido uma seqüência séria de músicas, digamos... estranhas. Digo muito “estranhas” porque o que sinto é algo meio indescritível. Não é melancolia, não é felicidade, não é reflexão. É uma saudade eu sei do quê (ou melhor, de quem), mas não é triste, é tranqüila. Mas também não é feliz, pois essa saudade não será resolvida.

Não vou chorar, algumas vezes até ensaio um sorrisinho ao lembrar de coisas boas! Tá, às vezes bate aquela comoção e os olhos enchem, mas as lágrimas não são tão insanas ao ponto de saltarem, suicidas. Pra quê?

Depois de muito tentar e me contorcer, desisti de esquecer. Não consigo mesmo, pra que ficar fazendo esforço à toa? Percebo, ao menos, que quando estou realizando algo que precisa de atenção ou alguma atividade em grupo (vale balada com os amigos), consigo não pensar. Assim já tá bom – tô conseguindo desenvolver uma simbiose com isso aí que eu não sei como chamar. Sentimento? É, talvez seja.

Mas a vida tem umas surpresas engraçadas. Agora escuto Beatles, e lembro de outras coisas. Outra pessoa. Que não ocupa este lugar, mas já é alguém pra dividir o espaço nos meus pensamentos. Se quero? Sei não. Não sei mesmo...

Ando lírica, sei. E não acho isso ruim. Gosto do meu lirismo esquisito, meio objetivo demais, às vezes, e não-romântico para quem não está acostumado, ou não tem bom humor. Ah, eu tenho... E gosto disso também. Sorrisos e risos são muito afrodisíacos, sim senhor. E românticos, por que não?

Depois de discorrer sobre a estranheza desta noite refletida cá dentro e sua relação com minha playlist, encerro com Jack Johnson. Dreams be Dreams. No randômico. Será que é um sinal? Olha que eu acredito...


2 comentários:

Unknown disse...

adoro dores de cutuvelo , todos deveriam ter de vez em quando , as pessoas vicam mais senciveis as vezes até mais agradaveis e comunicativas rsrsrsrs
!!!!

Anônimo disse...

Isso é sério, Vick? Nossa, só você rsrsrsrsrs
Na verdade, às vezes curto uma dor de cotovelo quando é de leve :)
Mais que isso, tô fora!

Xero!