12.7.08

(...)

pingos, por Denise Aire (deniseca no deviantART)

"É bom que seja assim, Dionísio, que não venhas."
(Hilda Hilst, in Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé.)

Resisto.
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Caçador de Borboletas

Meadow Fae Dancing Butterflies, de Ella Richards (=pixie-queen no deviantART)

"Nem quero ser estanque / Como quem constrói estradas e não anda..." (Zeca Baleiro)

Mais uma madrugada inspirada...
Todos dormem, e as idéias fluem, soltas pelo ar,
se encontrando, se fundindo...
E eu,
tal qual caçador de borboletas,
apanhando-as em pleno vôo.

(Bela Almeida)

14.5.08

Plural


Sou uma
e sou várias
múltiplas
"plúriplas"

Ah!
Eu não caibo em uma só.

Casa da Dor



"Há muito tempo que eu fechei a porta
E abandonei o coração no escuro
Há muito tempo que eu ergui um muro
E deixei a felicidade pra fora

Eu sei
O tanto tempo que o amor demora
Pra reabrir um coração ferido
O tanto tempo que é tempo sofrido
Onde cada segundo parece hora

Mas o dia frio tem que terminar
Sol há de brilhar bonito
Cedo na manhã pára de chover
Coração solta seu grito
Hora de acordar
Não vou mais sofrer
Já sofri demais
Eu juro não vou mais rimar
Tanto amor e dor
Chega de viver no escuro
Vou sorrir
Vou cantar
Vou abandonar a casa da dor
Vou deixar o sol entrar"

(Casa da Dor, de Jair Oliveira)

9.3.08

Intensidade

Imagem de tempestade solar, gerada pelo satélite SOHO (http://www.cbers.inpe.br/pt/imprensa/not27.htm).
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"Esquecer o espaço, o tempo e o viver
Perder a noção do que é ter a noção do perder"
(Admiração, de Moska)
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O que diferencia pessoas comuns de pessoas inesquecíveis? A resposta provavelmente virá diferente, a depender da pessoa que a responder. Digo mais, pode vir diferente da mesma pessoa, dependendo da situação e da época.

Pois bem. Agora, essa diferenciação para mim se baseia na vivacidade. Perspicácia, também, mas sobretudo vivacidade, essa coisa que assusta e ao mesmo tempo encanta, que nos faz ter medo de perder a razão, de tão contagiante e avassaladora.

Ter controle na vida é importante, mas é preciso ter momentos de descontrole para não dar espaço à monotonia, para deixar as coisas mais equilibradas. Intensidade... É isso, eu preciso, agora mais do que nunca, de intensidade na minha vida! Fora às pessoas plácidas, acomodadas, blasées!
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Quero sentimentos em profusão, maremotos, tsunamis, vulcões internos. Quero a intensidade das tempestades solares!
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E, no outro dia, acordar como a superfície de um lago depois da tempestade. Sem perturbações, sereno.

5.3.08

(Trechinho do Rubáiyát)

La Odalisca, de Edgardo Toro (~IGNITEcreative no deviantART)


"Tu, cujas
faces tiveram
por modelos as flores
do campo, cujo rosto parece
o de um ídolo chinês,
saberás acaso que o teu
olhar de veludo fez o rei
da Babilônia igual ao
bispo do jogo de xadrez
que foge da rainha?..."

(Omar Khayyâm, in Rubáiyát)

27.2.08

Nevermore

Corvo, por Edoardo (gbdemiurgo no deviantART)

"Na verdade, jamais homem há visto
Coisa na terra semelhante a isto:
Uma ave negra, friamente posta,
Num busto, acima dos portais,
Ouvir uma pergunta e dizer em resposta
Que este é o seu nome: "Nunca mais."

(O Corvo, de Edgard Allan Poe)


Consegui um "nunca mais" há muito desejado. Da forma que eu desejava, livre, espontâneo, desencanado. E isso é uma parte significativa da minha felicidade agora, um sinal concreto de que as coisas estão mudando. Pra melhor, acredito. Aliás, só pode ser pra melhor - pra pior, nunca mais.

Assim como nunca mais vou deixar a vida me atropelar e seguir sem satisfações, nunca mais perderei oportunidades por desatenção, e pretendo nunca mais deixar que o sutil equilíbrio do cotidiano seja ameaçado.

Nunca mais darei demasiado valor àqueles que não o fazem por mim, assim como nunca mais negligenciarei o amor daqueles que me amam, nem as questões práticas da vida.

Continuo não dizendo nunca, por acreditar que é uma palavrinha abusada e do contra, sempre em busca da prova de que você não é infalível, mas seguirei com os meus "nunca mais", assumindo claramente o que já fiz e não repetirei.

Nunca mais.