14.12.07

Algo muito difícil de definir

P.A.R.A.D.I.Z.E, de Kmye Chan (kmye-chan no deviantART)

“Poderia se chamar silêncio
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo
E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo”

(Não deveria se chamar amor, de Paulinho Moska)


Bonito para os odes poéticos, mas doloroso para quem vive... Acho que é isso que sinto. Algo que não me impede de viver, nem fada a minha vida à infelicidade, mas que não me deixa.

Acredito muito nesta história de poder amar várias pessoas ao mesmo tempo – são diferentes formas de amor. Assim como amamos nossos pais, nossos amigos, há as formas de se ter seres amados. Podemos transformar estas ligações, querendo, ou mesmo sem querer.

Há pessoas que se tornam importantes na nossa vida, mesmo que o sentimento hoje seja carinho e nada mais. Mas há pessoas que deixam algo latente em nós, que, ao menor estímulo, fazem vibrar todas as nossas veias, artérias, nervos e tudo aquilo que seja possível. Não que não seja possível apaixonar-se por outras pessoas e viver muitas coisas boas e intensas, mas a lembrança destas especiais é muito mais... Sei lá, muito mais.

E sinto que, mesmo vivenciando tudo de bom que a vida promete (e cumpre!), isto que não sei denominar vai me acompanhar, lado a lado, sem me encarar de frente, me fazendo querer ser melhor por alguém que pode não perceber, ou se interessar pelas minhas mudanças. E nessas horas, espero poder ter alguém para enxugar as minhas lágrimas decorrentes destas lembranças, sem me perguntar o porquê exato, e eu me apaixonar ainda mais por ela por estas coisas.

Às vezes sinto muito medo de não poder ficar com a pessoa amada “por toda a minha vida”, seja ela quem for, daqui pra lá. Venho de um contexto um pouco incomum na minha contemporaneidade, de pessoas que se casaram por amor e permanecem assim até hoje. Escuto histórias, muitas histórias, de pessoas que casaram com outras de que gostavam, mas amavam uma terceira; de pessoas que se casaram para não ficarem sozinhas; de pessoas que casaram apaixonadas e se divorciaram com ímpetos homicidas; de pessoas que se magoaram muito nessa história; de pessoas que nunca casaram e se sentem solitárias... Poucas histórias escuto de pessoas que casaram por amor e assim estão há 30 anos, ou de pessoas que optaram por ficar sozinhas e são muito felizes desta forma – e são as duas únicas alternativas que me permito.

Neste ano novo que vem, me desejo muita sorte, muitas felicidades, muito dinheiro e bons amores.

2 comentários:

Unknown disse...

Gostei , gostei muito , pelomenos das 2 ultimas frases que intendi !! faço dessas palavras minhas rsrsrsr !!!

Tainã Alcântara disse...

Também querooo!! rs

lindo o texto!

bju